Revista General: O Tempo em que a Criatividade não tinha Limites

É perceptível que não sou um adolescente e nem mais um jovem na casa dos vinte e tantos anos, mas quando era, lá na década de 1990, parte da minha felicidade, mesmo que momentânea, era ter conhecido a revista General. Conhecido no sentido literal da palavra, tipo naquele ritual que está se tornando cada vez mais raro, que é sair de casa para ir a banca com o dinheirinho na mão, ver a capa, gostar e comprar. Depois chegar em casa, sentir o seu cheio e contemplar o conteúdo. E que conteúdo! Quanto à felicidade momentânea, é que a revista durou poucas edições. Não comprei todas, mas lembro  porque eu e um amigo na época comprávamos números diferentes. A que eu mais gostei e única que tenho é a número 13, de junho de 1995 (imagem). É um bom exemplo de criatividade sem limites. A ótima capa com a loiraça Traci Lords presenteou principalmente o leitor masculino com aquele olhar e gesto que fazia qualquer jovem entrar em ebulição. Falando em loira, tem uma matéria muito interessante chamada: “Eu inventei a Loira Fantasma”, que é uma entrevista com um ex-repórter do extinto jornal Notícias Populares, e este confessou ter inventado uma das lendas urbanas mais famosas do país. Saindo dessa, passaram a entrar no Carandiru, numa reportagem de Cipriano Boêmia. O time aqui era muito bom. O falecido Carlos Eduardo Miranda, o “Guru  Miranda”, apresentou os fundamentos científicos da sua igreja, intitulado:  “A Idade do porquê espiritual”. André Barcinski entrevistou o Gwar e o Gastão Moreira trouxe uma entrevista exclusiva com Ice T. Lords está na matéria “Pop Porn Star”, também com o Barcinski. Tinha muito sobre cinema e música com outras boas esquisitices. A cereja do bolo foi o componente – que era a primeira edição brasileira da revista em quadrinhos Heavy Metal. Tudo isso dirigido por André Forastieri e Rogério de Campos, e lançado pela editora ACME/Sampa. Diga se isto não era criatividade?